domingo, 5 de abril de 2009

HOJE É DIA DE ...

MORTE DE GEORGE JACQUES DANTON

Para conter a agitação operária, decorrente da crise econômica e do desemprego, a Assembléia votou uma lei que proibia as associações profissionais. Na verdade, a queda do antigo regime trouxe pouca vantagem para o operariado. Nem mesmo os camponeses pobres foram beneficiados como esperavam. O novo regime teve de enfrentar grandes dificuldades, como greves operárias, descontentamento de camponeses e desentendimentos entre oficiais nobres e soldados patriotas. Os choques das diversas tendências lançaram os moderados para o lado da aristocracia, contra aqueles que exigiam medidas mais democráticas.

Surgiram, então, sociedades que defendiam idéias mais avançadas que as dos jacobinos, como a que ficou conhecida por Clube dos Cordeliers, de que faziam parte George-Jacques Danton, Jean-Baptiste Santerre, Marat, Desmoulins e Jacques-René Hébert. As sociedades populares de Paris agruparam-se em 1791 numa federação e apresentaram à Assembléia a reivindicação do sufrágio universal. Nessas sociedades propagavam-se os ideais republicanos e discutia-se a questão agrária. À medida que as massas se radicalizavam, a grande burguesia, temendo as idéias avançadas, agrupava-se num partido de conservação social.

O governo revolucionário teve de enfrentar também a animosidade dos demais soberanos da Europa. Estes, a princípio, permaneceram neutros por verem na revolução apenas o enfraquecimento da França, mas, tão logo sentiram a ameaça de propagação dos ideais revolucionários em seus próprios domínios, passaram a auxiliar abertamente as tentativas de contra-revolução. Enquanto os exilados preparavam a guerra contra-revolucionária, Luís XVI e Maria Antonieta tentavam obter auxílio nas outras cortes da Europa. Entraram em contato com o marquês de Boillé, que concentrara tropas em Metz.

Na noite de 20 de junho de 1791, o rei fugiu com sua família das Tulherias em direção à fronteira mas, durante a viagem, foram descobertos e presos em Varennes. A Assembléia suspendeu provisoriamente os poderes do soberano. Esse incidente foi de grande importância, pois serviu para estimular as idéias republicanas. 

O Clube dos Cordeliers solicitou à Assembléia que proclamasse a república, mas ela não acedeu. Também se recusou a levar Luís XVI a julgamento e tentou até inocentá-lo. Os partidários da república promoveram uma manifestação no Campo de Marte e foram dispersados a tiros pela guarda nacional do marquês de Lafayette, que, de volta dos Estados Unidos, havia se incorporado à corrente dos moderados, que dominaram a situação. Submeteram a constituição ao soberano, reforçaram seus poderes e concederam, a seu próprio pedido, a anistia geral.

Em 30 de setembro, a constituinte encerrou seus trabalhos. Logo em seguida, em 1º de outubro, reuniu-se a Assembléia Legislativa, dividida entre os membros do Clube dos Feuillants, que defendiam a monarquia; os independentes, que desejavam salvar a revolução; e os jacobinos, dispostos a destruir o rei se ele atentasse contra a constituição. Guerra externa. A França continuava conturbada e os soberanos da Europa tramavam invadi-la. Luís XVI via na guerra uma possibilidade de retomar o poder. Alguns dos feuillants esperavam que um conflito limitado lhes proporcionasse o controle da situação. 
Os jacobinos confiavam em que a guerra exaltaria os sentimentos revolucionários e desmascararia a contra-revolução. Divergências com a Áustria ameaçavam degenerar numa guerra, até então evitada por Leopoldo, o imperador austríaco. Com a morte deste último e a ascensão de Francisco II, militarista e absolutista, o choque armado tornou-se iminente. Em 20 de abril de 1792 declarou-se a guerra.

Os primeiros insucessos no conflito, para o qual os franceses não estavam preparados, acabaram por incitar o ânimo dos patriotas e aumentar-lhes a desconfiança em relação à corte e a seus generais, considerados cúmplices do inimigo. Maria Antonieta revelava aos austríacos os planos do estado-maior francês e Luís XVI compunha sua guarda de contra-revolucionários, enquanto Lafayette desejava uma trégua com a Áustria, a fim de marchar contra Paris e submeter os jacobinos. Estes descobriram toda a trama e exigiram a denúncia do rei como traidor. 
Com temor da invasão prussiana, a Assembléia declarou a pátria em perigo e determinou prontidão em todo o país. Diante da agitação popular, os moderados recuaram e os jacobinos e cordeliers prepararam a insurreição para derrubar a monarquia.

Contavam com quase todo o povo de Paris e mandaram vir das províncias os federados, entre os quais 500 marselheses, que entoavam um hino guerreiro, composto por Rouget de Lisle, denominado Marselhesa. A Convenção. A exaltação cresceu com a divulgação do manifesto do duque de Brunswick, chefe dos exércitos austro-prussianos, que exigia respeito a Luís XVI e ameaçava o povo francês. Robespierre instigou o povo a exigir da Assembléia a deposição do rei. Diante da recusa, na noite de 9 de agosto, os insurretos declararam dissolvida a Comuna legal. Jean Guilliot Mandat, chefe da Guarda Nacional, preparou a defesa das Tulherias mas, convocado ao Hôtel de Ville pela Comuna insurrecional, foi preso e linchado. Santerre o substituiu. No dia seguinte, o povo marchou sobre as Tulherias e Luís XVI e sua família pediram proteção à Assembléia.

A luta nas Tulherias durou mais de duas horas e terminou com a vitória dos insurretos. Declarando-se dissolvida, a Assembléia delegou ao povo, sem distinção, o direito de eleger uma convenção, o que ocorreu em 20 de setembro de 1792, e proclamou o impedimento do rei. O poder executivo passou para um conselho provisório, do qual Danton era membro e verdadeiro chefe. A Convenção criou um novo calendário a partir da data em que proclamou a república. O ano de 1792 passou a ser o ano I da república e o ano IV da liberdade. Os meses receberam novas denominações, inspiradas nas práticas habituais e manifestações da natureza em cada estação. Os meses do outono eram: vindimário (de vindima, colheita de uvas), de 21 de setembro a 20 de outubro; brumário (de brumas, névoa), de 21 de outubro a 20 de novembro; frimário (de frimas, geada), de 21 de novembro a 20 de dezembro. No inverno, sucediam-se os meses nivoso (de neve), pluvioso (de chuvas) e ventoso (de vento); na primavera, germinal (de germinação), floreal (de floada) e prairial (de pradarias); e no verão, messidor (do latim messe, colheita), termidor (do grego therme, calor) e frutidor (de frutas).

As principais medidas adotadas a partir de 10 de agosto, além da instituição do sufrágio universal, foram a extinção efetiva dos direitos feudais e a venda dos bens confiscados aos emigrados. A Comuna de Paris passou a dirigir os acontecimentos e a impor sua vontade ao legislativo, que, por exigência da Comuna, mandou aprisionar a família real na torre do Templo. O conflito entre a Comuna e o legislativo se aprofundou. A primeira seguia Robespierre e seus partidários, enquanto a segunda obedecia às ordens de Jacques-Pierre Brissot e dos girondinos, grupo de revolucionários assim chamados porque os mais destacados eram representantes do departamento de Gironda (Gironde). Dois partidos debatiam-se na Convenção: os girondinos e os montanheses (radicais aliados aos sans-culottes, como eram chamadas as massas parisienses).

Os principais líderes da Gironda eram Pierre-Victurnien Vergniaud, Brissot, o marquês de Condorcet e Jérôme Pétion de Villeneuve. Robespierre, Danton e Marat lideravam os montanheses. A notícia de que o inimigo invadira a Lorena e tomara Longwy e Verdun sobressaltou Paris. O povo decidiu fazer justiça com as próprias mãos: invadiu as prisões e, depois de julgamentos sumários, executou os presos considerados traidores. Enquanto isso, travava-se a batalha de Valmy, de que os franceses saíram vencedores. Terror. A descoberta de documentos que comprometiam Luís XVI com a contra-revolução selou a sorte do rei. Julgado pela Convenção, foi condenado à morte e guilhotinado em 21 de janeiro de 1793. A morte de Luís XVI provocou nova invasão da França pelas potências européias.
A necessidade de convocar voluntários para a defesa de Paris deu início à sublevação da Vendéia (Vendée). 

A fim de enfrentar as dificuldades, a Convenção tomou, de março a abril de 1793, medidas extraordinárias. Enviou 82 deputados aos diversos departamentos, com o objetivo de recrutar os 300.000 homens de que necessitava para a guerra, prender suspeitos e apurar as falhas das administrações locais. Criou ainda um tribunal revolucionário, tornou mais rigorosas as penas contra emigrados, estabeleceu impostos sobre rendimentos, organizou em cada comuna um Comitê de Vigilância e criou ainda um Comitê de Salvação Pública, encarregado de adotar todas as medidas necessárias à salvação da pátria e que passou a dirigir efetivamente o país. Danton foi o chefe desse comitê. 

Essas medidas de exceção deram origem à fase conhecida com o nome de Terror. A luta entre girondinos e montanheses continuou acesa. Os primeiros conseguiram fazer decretar a prisão de Marat, que, no entanto, foi absolvido pelo tribunal revolucionário.

Ao entrar em luta contra a Comuna, os girondinos prepararam a própria perdição. O extremista François Hanriot, chefe da Guarda Nacional parisiense, à frente de vinte mil homens, cercou as Tulherias, onde estava reunida a Convenção, e exigiu a prisão dos principais membros da Gironda. Com a queda destes últimos, os montanheses assumiram o poder sob a liderança de Robespierre, numa hora crítica para a revolução. O inimigo externo avançava e as insurreições internas se sucediam. 

Uma jovem girondina, Charlotte Corday, assassinou Marat. O Comitê de Salvação Pública foi revigorado, com a saída de Danton e a entrada de Robespierre. Seus membros decidiram que somente um governo forte poderia salvar a França. Pressionada pelas massas, a Convenção adotou medidas relativas ao abastecimento e à contra-revolução.

Em junho, elaborou a constituição de 1793 e, em outubro, substituiu o governo provisório por um governo revolucionário até que a paz fosse restabelecida. Mas, para manter-se, o governo revolucionário precisava exterminar seus inimigos. Instaurou-se o Terror. Uma das primeiras vítimas desse período sangrento foi Maria Antonieta, executada em 16 de outubro de 1793. Em seguida, subiram à guilhotina 22 girondinos, o duque de Orléans, a intelectual Mme. Roland e o astrônomo Jean-Sylvain Bailly, prefeito de Paris. As execuções se sucederam, e, no fim do ano, inúmeros suspeitos haviam sido eliminados. Robespierre. 

O elevado custo de vida, no entanto, continuava provocando descontentamento. Desde que entrara para o Comitê de Salvação Pública, Robespierre tornara-se o verdadeiro chefe do governo. Tinha contra si duas correntes: os ultra-revolucionários, seguidores de Hébert, líder dos sans-cullotes, e os moderados, partidários de Danton.

Os primeiros exigiam medidas cada vez mais radicais e falavam até em revolucionar toda a Europa, instituindo a república universal. Os dantonistas, ao contrário, condenavam os excessos do Terror e desejavam o fim da ditadura revolucionária. Robespierre decidiu esmagar as duas facções. Descobriu uma conspiração de hebertistas e mandou-os à guilhotina em março de 1794. Pouco depois, acusados de conspirar, Danton e seus correligionários foram presos e guilhotinados. Apoiado pelo político Louis de Saint-Just, Robespierre pôs em prática medidas que visavam a dar sólida base democrática à república: a redistribuição parcial da propriedade e leis de amparo social. Temendo nova conspiração, Robespierre exigiu a aprovação da chamada lei prairial, que acelerou as execuções e deu a esse período o nome de Grande Terror. O cientista Lavoisier e o poeta André Chénier foram guilhotinados nessa época.

DIA DE SÃO VICENTE FERRER 
Comemoramos hoje o Dia de São Vicente Ferrer.



Fonte: www.quediaehoje.net




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