segunda-feira, 6 de abril de 2009

HOJE É DIA DE ...

DIA DA DESCOBERTA DO PÓLO NORTE 

Esse episódio ficou mais comentado quando, em setembro de 1909, os dois exploradores anunciaram ao mundo que o Pólo Norte havia, finalmente, sido alcançado pelo homem. Robert Peary fez o anúncio apenas quatro dias depois que Cook. Frederick Albert Cook (1865-1940) se formou médico e desejava se tornar um explorador reconhecido. Em 1891, participou como cirurgião na primeira expedição de Robert Peary a Groenlândia. Na ocasião, Cook foi muito elogiado pelo chefe da expedição. Durante um ano, Cook testemunhou o abuso de Peary em relação aos esquimós e aos membros da expedição, tratados como escravos. Dois membros da tripulação, amigos de Cook, suicidaram-se, provavelmente devido ao estresse criado por Robert Peary. Isso foi decisivo no futuro comportamento de Cook, que assim viu sua relação com Peary se deteriorar.

No final do século XIX e no início do XX, Cook tentava forjar a sua carreira como explorador. Em 1893 fez sua segunda expedição a Groenlândia e, entre 1897 e 1899, acompanhou o imbatível Roald Amundsen à Antártica, onde os dois fizeram a primeira invernagem no Pólo Sul. Em 1906, Cook falseou - como se descobriria mais tarde - uma escalada ao Monte McKinley, no Alasca, a maior montanha da América do Norte. Em julho de 1907, Cook partiu para o Pólo Norte. Em setembro ele invernou em um acampamento esquimó na Groenlândia. Ao invés de seguir a rota já conhecida, Cook rumou noroeste em direção à ilha de Axel Heiberg. Essa rota maluca e muito difícil o deixava a quase mil quilômetros de distância do Pólo Norte.

As evidências de que Cook mentia começavam a aparecer. Primeiro, porque dificilmente alguém se aventuraria em tal rota para comprovar sua veracidade. Segundo, porque ele deixou seu único companheiro europeu e a maior parte de seus esquimós esperando, seguindo viagem com apenas dois. Vale lembrar que todas as expedições que viajavam pelo Ártico eram superequipadas, tendo inclusive apoio externo de retaguarda. O relato de sua chegada ao Pólo Norte, em 21 de abril de 1908, parece ficção. As descrições eram muito otimistas, como por exemplo o dado de que avançavam quase 30 km por dia.

Enfim, o anúncio de sua conquista, em 2 de setembro de 1909, gerou festa na mídia sensacionalista, mas exploradores famosos tiveram dúvidas quanto ao ocorrido e comitês foram abertos para investigar a expedição. Resultado: os documentos apresentados por Cook eram insatisfatórios. E, se ele tivesse feito o caminho escolhido, certamente descobriria uma ilha, a hoje conhecida ilha de Meighen. Ele nada disse a respeito. Para concluir, um dos partidários de Peary entrevistou os dois esquimós que acompanharam Cook e ambos afirmaram que nunca estiveram distantes mais de dois dias de viagem da costa.

Depois da fracassada tentativa, em 1906, de atingir o Pólo Norte - apesar do novo recorde alcançado -, Robert Edwin Peary (1866-1954) conseguiu patrocínio para mais uma expedição, mas seus 50 anos de idade e seu debilitado estado físico estavam contra ele. Quase 800 milhas de ida até o Pólo Norte e mais a volta não seriam tarefa fácil. E Peary estava ciente de que seria a última tentativa. A última expedição de Robert Peary ao Pólo Norte começou em julho de 1908, quando seu navio, Roosevelt, partiu de Nova Iorque. Em agosto, Peary passou no nordeste da Groenlândia e se abasteceu com 34 esquimós e mais de 200 cachorros. Em setembro, invernaram no norte da ilha de Ellesmere. Robert Peary continuou fazendo progressos e, em 28 de março, já havia superado seu próprio recorde de 87 graus de latitude norte, estabelecido em 1906.

Em 1 de abril, Peary seguia viagem acompanhado apenas de seu fiel braço-direito, Matt Henson, e de mais dois esquimós. Em 6 de abril, Peary relatou a conquista do Pólo Norte como sendo meu sonho por mais de vinte anos. Meu enfim! Não consigo me dar conta de que realmente estou no topo do mundo. Parece até um lugar simples e comum! Peary viveu 11 anos depois de seu triunfo polar, mas nunca sentiu o prazer da glória publicamente. O famoso explorador britânico Wally Herbert, que cruzou o oceano ártico em 1968 e é considerado o maior especialista vivo no assunto, refez vários dos percursos de Cook e Peary. Recentemente encontrou uma fotografia de Cook que indicava haver terra numa distância de até 85 graus norte. Sabe-se, atualmente, que não existe terra num raio de 180 milhas do Pólo Norte Geográfico. Talvez, o que tenha levado Cook a falsear sua conquista seja unicamente o desejo de prejudicar os projetos Robert Peary. O debate sobre a viagem de Frederick Cook continua agora de uma maneira mais moderada e refleiva.

Wally Herbert afirmou que falseando suas expedições, Cook tomou o caminho mais fácil para atingir a fama. Apesar de todas as evidências, Cook mantém, ainda hoje, diversos partidários. Wally publicou também o estudo biográfico mais completo sobre a vida de Robert Peary e concluiu que ele também não atingiu o Pólo Norte. Chegou sim muito perto de seu objetivo, cerca de apenas 5 quilômetros de distância. A National Geographic Society era uma das patrocinadoras da viagem de Peary e contestou fervorosamente Wally Herbert. O fato é que Robert Peary fez o impossível para a época. Realizou 6 expedições para chegar ao Pólo Norte. Dedicou a sua vida por esse sonho. E conseguiu, com mais de 50 anos de idade, chegar muito perto dos desejados 90 graus de latitude norte. Talvez seja por tanto empenho e dedicação que, historicamente, o título de conquistador do Pólo Norte tenha ficado com ele.

O século XX viu surgirem grandes exploradores polares como: o francês Paul Emile Victor, o americano Will Steger, o japonês Naomi Uemura (primeiro a atingir o Pólo Norte sozinho) e Jean-Louis Etienne (primeiro homem a realizar a mesma façanha de Naomi, porém sem o auxílio de cães). Uma das cinco bandeiras que Robert Peary hasteou quando chegou ao Pólo Norte era a americana, feita de seda e lhe havia sido entregue quinze anos antes pela senhora Peary. Essa bandeira foi a que mais viajou pelas altas latitudes do planeta. Peary sempre a carregava junto ao seu corpo, aguardando a tão sonhada hora de abri-la. Ele deixou um pedaço dessa bandeira em cada uma de suas viagens ao norte: Cabo Morris Jesup (pedaço de terra mais ao norte do planeta), Cabo Thomas Hubbard (ponto mais ao norte de Grant Land), Cabo Colúmbia (ponto extremo das terras americanas) e, por último, ao atingir, em 1906, 87 graus de latitude norte.

Quando a bandeira chegou, enfim, no dia 6 de abril de 1909 ao Pólo Norte, ela já estava com um aspecto descolorido e gasto. Mas, o que realmente importa é que ela foi aberta e hasteada.
Curiosidades: O Pólo Norte Geográfico está situado no mar, bem no meio do Oceano Glacial Ártico. É um ponto invisível sobre o mar congelado, que converge todas as linhas de longitude do planeta. Somente os instrumentos de navegação conseguem situá-lo: 90 graus de latitude norte. 
Quando você estiver de visita no Pólo Norte Geográfico e sentir um vento batendo em seu rosto, pode ter certeza de que aquele vento está vindo do sul, independente de sua direção. E, por mais que a superfície pareça ser firme e estável, ela é, na verdade, um grande bloco de água flutuante que se congela do final do outono ao início da primavera. Além do Pólo Norte Geográfico existe ainda o Pólo Norte Magnético, que é o ponto exato do planeta para onde todas as bússolas apontam. O Pólo Norte Magnético, ao contrário do Geográfico, é instável e sempre muda de posição. A região aproximada onde o Pólo Norte Magnético se encontra está a 77 graus de latitude norte, entre as ilhas de King Christian e Bathurst, no norte do Canadá.

DIA DE SÃO GUILHERME 
Hoje é o Dia de São Guilherme e São Celestino.


Fonte: www.quediaehoje.net




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