domingo, 31 de maio de 2009

Hoje é dia de ...

Dia do Enxadrista 

O título de campeão mundial de xadrez foi criado em 1886 e os primeiros jogadores a disputá-lo foram Steinitz e Zukertort. Mas o primeiro torneio com pretensões a campeonato do mundo foi jogado em 1571 em Madrid, na corte de Felipe II, reunindo os espanhóis Ruy Lopes e Escovara e os italianos Paolo Boi e Leonardo da Cutri, que venceu a competição. O melhor jogador de que se tem notícia no século XVII foi o calabrês Gioachino Grecco, mas já no século XVII I começam a revelar-se os franceses e ingleses.

Em Londres, 1747, François André Philidor venceu o arábe Stamma com um peão a menos, e ainda em 1834, Louis Charles de La Bourdonnais mantém a hegemonia francesa vencendo um match contra MacDonnel. Howard Stauton foi o primeiro inglês a conseguir sobrepor-se aos franceses, vencendo Saint-Amant em 1843. Em 1851, o alemão Adolf Anderssen foi considerado campeão mundial ao vencer o Torneio de Londres, sendo destronado em 1858 pelo norte-americano Paul Morphy.

Mas Morphy, num comportamento que viria a ser repetido muito tempo depois por seu compatriota Fischer, retirou-se subitamente do cenário enxadrístico, e Anderssen voltou a ser considerado o campeão até 1866, quando perdeu para o austríaco Wilhelm Steinitz um match realizado em Londres. Steinitz então se autoproclamou campeão mundial. Mas, em 1883. Johannes Zukertort, um polonês naturalizado britânico, também se achou no direito de autorgar-se o título, após vencer um forte torneio. Steinitz ficou furioso e lhe propôs um match (que viria a ser a primeira disputa oficial pelo título), realizado em 1886 em New York, Saint Louis e New Orleans, vencendo o austríaco.

Steinitz manteve o título vencendo a Chigorin em 1889 e a Gunsberg em 1890, mas foi despojado dele pelo alemão Emmanuel Lasker, que o venceu num match realizado em 1896 em New York, Philadelphia e Montreal, e novamente na revanche, jogada em Moscou no ano seguinte. Lasker ostentou o título por 24 anos, vencendo a todos os que se dispurseram a desafiá-lo: Marshall em 1907, Tarrasch em 1908, Janowski em 1909/1910 e Schlechter ainda em 1910. Mas em 1921 surgiu José Raul Capablanca, o cubano de estilo posicional sólido e brilhante, que venceu Lasker e só foi vencido pelo gênio de Alexander Alekhine, russo naturalizado francês, num match realizado em 1927 em Buenos Aires. Alekhine perdeu o título para o holandês Max Euwe em 1935, em match realizado na Holanda, e voltou a recuperá-lo em 1937, mantendo-o até sua morte, em 1946.

Anteriormente apenas o russo Bogoljubov se havia arriscado a desafiá-lo, em 1929 e 1934, mas foi derrotado nas duas ocasiões. Com a morte de Alekhine, a FIDE resolveu organizar um torneio para apontar o novo campeão mundial, convidando para disputá-lo os melhores valores da época:l Mikhail Botwinnik, Vassily Smislov, Paul Keres, Samuel Reshewski, Max Euwe e Reuben Fine (que não quir participar). A prova foi realizada em 1948, em quatro turnos, em, em Haia e Moscou, e Botwinnik foi o vancedor, com 14 pontos em 20 possíveis.

A hegemonia soviética
A partir desse ano, a FIDE modificou a maneira como era disputado o título mundial de xadrez, estabelecendo as regras que prevalecem, em grande parte, até hoje. O desafiante, que antes era escolhido pelo campeão, mais ou menos de acordo com a opinião pública, passa a ser apurado por um torneio entre os jogadores mais destacados, O Torneio de Candidatos; o título passa ser disputado a cada três anos, num match de 24 partidas entre o desafiante e o campeão, que mantém o tútlo em caso de empate e, se perder, tem direito a revanche a ser jogada um ano depois do primeiro encontro.

A partir de 48 também tem início a hegemonia soviética. Botwinnik manteve o título empatando com Bronstein em 51 e com Smyslov em 54. Este chegou a vencê-lo em 1957, mas acabou perdendo na revanche jogada no ano seguinte. Mikhail Tal também conseguiu vencer Botwinnik em 1960, sendo igualmente derrotado na revanche do ano seguinte. Com isso, a FIDE considerou que as regras eram excessivamente favoráveis ao campeão, e aboliu a revanche a partir de 1961. Assim, ao ser vencido pelo armênio Tigran Petrossian em 1963, Botwinnik encerrou seu reinado de 15 anos. Em 1966, Boris Spasski foi o desafiante derrotado por Petrossian, mas em 69 este teve que ceder-lhe a coroa. Em 72 aconteceu aquele que até hoje é conhecido como o macth do século.

Pela primeira vez desde 1948 o desafiante não era soviético! Dos Estados Unidos chegou alguém que se apresentava assim: Meu nome é Robert James Fischer. Os amigos me chamam de Boby. O campeão Spassky enfrentou-o em Reiquiavique, capital da Islândia, num encontro tumultuado pelas excentricidades do americano, e foi derrotado por 12,5 a 8,5. A era Fischer representou um renascimento para o xadrez do Ocidente, cansado de ver seus melhores jogadores arrebentarem-se contra a Cortina de Ferro. Mas Fischer era mesmo tão excêntrico quanto genial, em 1975, por não ter suas exigências aceitas pela FIDE, recusou-se a defender o título, entregando-o novamente a um soviético, que se tornou campeão mundial sem nenhum esforço: Anatoly Karpov. Karpov colocu sua coroa em jogo por duas vezes, contra o mesmo adversário: seu compatriota, e posteriormente dissidente, Victor O Terrível Korchnoi.

O match de 78, o perimeio com número ilimitado de partidas, não se contando os empates, foi realizado em Baghio, na Filipinas, e resultou na vitória do campeão por 6 a 5, em 32 partidas. O de 81, jogado em Merano, Itália, teve apenas 18 partidas, e Karpov voltou a consolidar sua posição, fazendo 6 a 2. E quem pensava que a coisa iria nesse ritmo por muito tempo mais, com Karpov sempre vencendo seu velhos companheiros da Escola Soviética, numa sucessão monótona de demonstrações de estilos por demais conhecidos e desgastados, saudou com entusiasmo a aparição da nova e brilhante estrela armênia, que prometia (e conseguiu) sacudir a poeria do tabuleiro mundial! Em maio de 1997, depois do famoso match de xadrez em que o supercomputador Deep Blue da IBM derrotou o campeão Garry Kasparov, a reação irritada do perdedor gerou protestos.

Alguns comentaram que foi deselegante da parte de Kasparov dizer que o jogo tinha sido armado para favorecer o computador e que, se tivesse uma chance, arrasaria com a máquina numa revanche. Afinal de contas, o xadrez é apenas um jogo, não é? Na verdade, o xadrez é muito mais do que um jogo. É um duelo de vontades que, nos níveis mais altos, está mais para Armagedon do que para divertimento. As pessoas que ganham a vida jogando xadrez são direferentes de nós. E o grande mestre russo Garry Kasparov, que vem reinando como o melhor jogador do mundo há 14 anos, é o mais diferente de todos.

Um criança precisa apenas de alguns minutos para aprender como mover a peças e ao mesmo tempo tão complexa e fascinante. A batalha é absolutamente solitária: é a minha sagacidade contra a sua. Quanto mais um jogador se aprimora, mais profundo se torna o envolvimento de seu ego. Para o profissional, perder para alguém que considera menos capaz do que ele é uma afronta intolerável, uma tragédia capaz de revirar o estômago. São tantos os riscos oferecidos pela menor imprecisão - um pequeno movimento num pequeno quadrado e a casa toda vem abaixo - que é comum os mestres levarem meia hora ou mais analisando um único movimento.

É possível relacionar o movimento das diferentes peças de xadrez que compõe o tabuleiro com o poder da inteligência. O jogo muda a cada movimento das peças de xadrez. É preciso olhar o tabuleiro na totalidade no momento do jogo. E também é preciso olhar adiante, de muitas maneiras, conforme as inúmeras possibilidades de movimento das peças nas próximas jogadas. Ver, prever, antever, rever são ações que permitem verter e reverter; envolver e resolver.

Vejamos: Rei: Movimenta-se em qualquer direção, apenas com um passo. A responsabilidade em manter o poder que detêm o limita. É vulnerável e precisa de proteção. No tabuleiro é amparado de um lado pela rainha, do outro pelo bispo e, na frente, por muitos peões. Rainha: Seus movimentos são livres: diagonais, para frente, para trás, verticais e horizontais. Ela pode correr o tabuleiro de ponta a ponta. Sua dança agiliza o jogo e se o jogador perde a rainha sente-se perdido. Cavalo: Seu movimento é temido e temerário. Ele corre em L para um e outro lado. Sabendo pular obstáculos, as peças que se encontram no seu caminho são ignoradas por ele. Bispo: É espirituoso e espiritual. Pela vocação social defende o peão. Mas pela vocação política funcional é defensor do rei. Ele não enfrenta ninguém de cara. É diagonal por inteiro e na casa branca ou na casa preta impõe respeito. Torre: Estrategicamente colocada no ângulo reto forma muralhas. Sua visão é reta, tanto no sentido horizontal como no vertical. Limitada pela natureza concreta do seu pescoço rígido, só faz proteger. Mas aliada à rainha proporciona belos xeques-mates. Peão: Predestinado a dar somente um passo após o outro numa única direção, o peão sobrevive com a força do seu trabalho. Somente lhe é permitido dois passos de uma só vez no início do seu movimento. E ataca as outras peças num passo diagonal (passo aprendido com seu tutor espiritual, o bispo). Geralmente está indefeso e necessita da proteção de outro peão ou de outras peças. Mas o seu futuro promete. Com ajuda, ele pode chegar até o outro lado do tabuleiro e virar rainha.

Jogar xadrez permite ver cada peça em particular com seu movimento próprio. Mas o fascínio maior é acompanhar a modificação do conjunto. A cada peça movida o tabuleiro muda por completo. O perdedor vira ganhador. A peça ameaçada via ameaça. Ensaiando os movimentos das peças de xadrez sem deixar de olhar a totalidade do tabuleiro promovemos a ginástica do pensamento. No tabuleiro da vida o olhar acomodado prega peças no sujeito. A fatalidade do xeque-mate é iminente. Mas as mudanças que enfrentamos diariamente exigem um leiura ágil, renovada e criativa, capaz de promover, por igual, o movimento inteligente e a esperança do homem que sente, que sabe e que pensa.

Dia da Juventude Luterana 
Homenagem àqueles que seguem os ensinamentos e valorizam a luta da vida de Martinho Lutero.

Dia do Desafio 
Vem bem a calhar nomear um dia de desafios coincidente com o Dia do Enxadrista, que representa, além de memória e raciocínios perfeitos, coragem do desafio mano-a-mano.


Fonte: www.quediaehoje.net



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